terça-feira, 28 de julho de 2009
Almoço Padrão
12h20 Chego ao restaurante. Das 20 mesas existentes, apenas uma está ocupada. Com fumantes. A recepcionista quer me sentar ao lado deles. Ignoro-a e escolho eu mesma a mesa que vou me sentar.
12h25 Uma garçonete sorridente vem em minha direção. Finalmente. Peço logo uma taça de vinho branco. O almoço não será fácil.
12h30 Três velhos gordos portugueses entram no restaurante. Escolhem a mesa ao meu lado. Saco. Conversam alto. Pedem sopa de marisco.
12h33 Faço meu pedido. “Opção do Dia”. Entrada: sopa de vegetais (legumes, para nós brasileiros), prato principal: “Cabeças de Lulas Grelhadas”. Não quero a sobremesa.
12h45 Com um ângulo privilegiado, posso observar a saída da cozinha. Os pratos de sopa dos meus vizinhos estão enfileirados no balcão. O meu junta-se aos deles.
12h50 As sopas esfriam. O cozinheiro aproxima-se do balcão com um pano de prato de 1950. Em uso. E limpa as bordas das tigelas de sopa. Hummmmm... Tempero da casa.
12h52 A sopa chega em minha mesa. Experimento. Está boa. Os vizinhos reclamam que seus pedidos não vieram conforme solicitado. Eu decido escrever. Minha taça está pela metade. Devo pedir outra?
13h00 O restaurante continua com apenas 3 mesas ocupadas. Na cozinha 7 pessoas trabalham. No salão, 9. (Pode haver desemprego neste país?).
13h05 Não vou pedir outra taça. Peço para vir meu prato principal (as cabeças de lulas grelhadas).
13:10 Chega o meu prato: “Tentáculos Tenros com Muitas Ventosas de Lulas Idosas a Milanesa”. Ah! Acompanhado com, batatas “fritas” morrendo afogadas no óleo.
13h12 Peço a conta.
13h13 A mesma chega. Com o gerente se desculpando e perguntando se o prato não estava “do meu gosto”.
Preferi sorrir e agradecer.
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